Amigos, á formosura
Que nos cerca neste
instante,
Erga-se a taça
escumante
De purpurino licor.
Vivo enthusiasmo
rebente
Agora de nossas
almas,
Caiam palmas sobre
palmas
Cada vez com mais
ardor!
Aqui floresce na
horta
A viçosa laranjeira,
Corre o Champanhe e o
Madeira
Que offertara nivea
mão,
Aqui não chegam as
garras
De tanta velha leôa
Que esfaimada por
Lisboa
Se atira a tanto
leão.
Aqui livre em nosso
peitos
Pula impaciente
alegria,
Porque ao sol de um
bello dia
Tudo vemos reflorir!
Que importa pois que
os ministros
Resonem no
parlamento,
E que os homens de
São Bento
Nem sequer nos façam
rir?
Para nós sorri-se o
mundo,
Para nós a vida é
esta,
Hoje festa, amanhã
festa,
Gloria, encantos,
illusões!
Junto a nós temos as
bellas
Mais fragrantes do
que as rosas,
Longe... o mundo das
preciosas,
E o mundo dos
papellões!
Eia pois! á formosura
Que me cerca neste
instante
Erga-se a taça
escumante
De purpurino licor.
Vivo enthusiasmo
rebente
Agora de nossas
almas,
Caiam palmas sobre
palmas
Cada vez com mais
ardor!
Bulhão Pato
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