Tomando chá, em companhia
Falavam muito de amor,
Os senhores, apaixonados pela estética,
As senhoras, pelas coisas do coração.
“O amor, quero-o platónico!”
Diz o Conselheiro magro e seco.
E a Conselheira suspira
Com um ar cheio de ironia “Ai de mim!”
O Cónego num tom sonoro
Proclama: “Nada de amor brutal!
Para a saúde é muito prejudicial.
— Como?», sussurra a donzela.
A Condessa está triste e exclama:
“O amor é uma paixão!”
Enquanto oferece, com um ar amável
A chávena ao senhor Barão.
Heinrich Heine
(tradução: Joel Serrão)
Sem comentários:
Enviar um comentário