domingo, 13 de outubro de 2024

 


Espera um pouco (até que o amor de todo nos destrua!)

Amanhã, amanhã é que esta história há-de ser contada.

Então, da nossa vida e amores, não haverá mais nada

Do que um fantasma branco balouçando à lua.

 

Mas é agora que tudo é verdadeiro. Amanhã, quando

Não houver de nós ambos nem o nome escrito

Em letras de pedra numa pedra num canto do mundo,

Nina, quem saberá o que foi o nosso amor profundo?

O nosso amor maldito?

O nosso amor tão grande?

 

É preciso, é preciso dar notícia aos grandes profetas do futuro!

(Não vão depois dizer que o nosso amor era pecado…)

Não havia nenhum muro, e para trazer calado

O mundo, é que os dois, a pedra e lágrimas, levantámos a

[enorme e intransponível sombra deste muro!

 

Eduíno de Jesus

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