António
Bernardo de Carvalho e Vasconcelos da Costa Cabral, 4.º conde de Tomar, nasceu
a 14 de julho de 1901, em Carnaxide, concelho de Oeiras. Filho de Bartolomeu
Dias e Sousa da Costa Cabral (1867-1944), 3.º Conde de Tomar, e de Emília
Cândida de Carvalho e Vasconcelos, neto paterno de António Bernardo da Costa
Cabral e Sophia Adelaide Dias e Sousa e por via materna de Mathias de Carvalho
e Vasconcellos e Virgínia Ribeiro de Carvalho e Vasconcellos. Viveu a infância
e juventude no convento de Cristo, em Tomar, que era, então, a casa da sua
família. Casou, em 14 de outubro de 1925, com Maria Teresa de Sousa Botelho
Mourão e Vasconcelos de Albuquerque (1904-1978), com quem teve 12 filhos. O
casal viveu sempre em Lisboa, primeiro na travessa dos Remolares, depois na rua
Artilharia 1, mais tarde, a partir de 1941, na Travessa do Jardim à Estrela,
local de cenário a fotografias e filmes da família e de amigos e, nos últimos
anos de vida, residiram na rua das Trinas. Durante os anos 20 e 30 (século XX),
foi aficionado radioamador, de onda curta e de telegrafia sem fios, tendo
montado e aperfeiçoado o equipamento técnico da estação emissora, em sua casa,
apresentado como radio CT 1 BX na sua correspondência com outros radio amadores
internacionais. A prática do jogo de bilhar foi também uma das suas atividades
de lazer, chegando a obter o segundo lugar na Associação Lisbonense dos
Amadores de Bilhar, no Campeonato Individual de Lisboa, de 1952-53, da 2ª
categoria de uma tabela, tendo sido o jogo de três tabelas também do seu
agrado. Na família, diz-se que foi júri num campeonato internacional, em
Lisboa, nos bilhares do Rossio. António Costa Cabral concluiu a formação liceal
em 1918, em Santarém, optou por viajar pela Europa, tendo permanecido na
Alemanha, onde aprendeu fluentemente o idioma alemão. Passou também por Itália,
local de residência da família materna. Sabe-se que viveu igualmente no Brasil,
entre 1934 e 1937. Trabalhou no Instituto Português das Conservas de Peixe, em
Lisboa, onde permaneceu até à idade da reforma. António da Costa Cabral morreu
a 20 de novembro de 1974, em Lisboa, na sequência de um ataque cardíaco. A
fotografia acompanhou-o ao longo da vida, tendo começado cedo a fotografar.
Algumas viagens que fez pela Europa também foram registadas através da sua
objetiva, sabendo-se que usava a câmara escura, que instalou no sótão de sua
casa. O seu legado fotográfico situa-se em pleno período do Salonismo
português, caracterizado por uma ética e estética humanista e pela participação
em salões de arte fotográfica, nacionais e internacionais, durante a década de
1950. Foi o sócio n.º 68 do Foto-Clube 6x6 (Leica), através do qual expôs
algumas das suas fotografias entre 1953 e 1957. Algumas imagens foram assinadas
com os pseudónimos RAMOT e MARTO, que são anagramas de Tomar. Na documentação
do fundo fotográfico, existe um cartão de identificação do Ministério das
Finanças/Direção Geral da Fazenda Pública a autorizar «[…] fazer fotografia
artística nos Monumentos e edifícios pertencentes ao Estado […]», datado de 21
de abril de 1943 e diplomas de participação em exposições como no VII Salão
Internacional de Arte Fotográfico, em 1944 e no ano seguinte, no VIII Salão
Internacional de Arte Fotográfico. Na década de 1950, também há algumas provas
fotográficas que constaram em exposições como a imagem Ombres et Lumière, no
Fotokluba Zagreb (outubro de 1953) e Fotokluba Beograd (dezembro de 1953) e, no
mesmo ano, no 12º Salão Internacional de Arte Fotografica de São Paulo;
E/141/1; Foto-cine Clube Bandeirante com distintas imagens. E existe também uma
prova fotográfica com a referência da participação no VI Salón Internacional de
Fotografia de San Sebastián, sem menção à data. Na parte posterior de muitas
fotografias encontra-se o carimbo do Foto Clube 6X6 Lisboa e nalgumas a
referência à máquina fotográfica Leica. Em 1954, o seu nome surge na publicação
- Fotografia - revista Mensal ao serviço da Arte Fotográfica (junho/julho).
Para além de ter fotografado o seu círculo privado e participado em exposições
de fotografia, sempre mostrou interesse em deambular por Lisboa com a máquina
fotográfica, captando momentos do quotidiano coletivo, simples e discretos, até
aos últimos anos de sua vida.https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/X-arqWEB/Result.aspx?id=65732&type=Autoridade
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