No
tempo das patuscadas,
Das guitarras e
touradas,
Das hortas, do
carrascão,
Eram
as iscas o prato
De mais consumo e
barato
Na vida dum cidadão.
E ninguém se
envergonhava,
Toda a gente que
passava
Entrava nessas
vielas.
A gente sentia-se
bem,
Sendo simples era um
vintém,
Trinta réis se eram
com elas.
Se ao longe vinha um
parceiro,
E o cheirinho lhes
sentia,
Até mesmo apetecia
Comê-las só pelo
cheiro
Que à sua banda foi
dar.
O povo então era
vê-lo:
Travessa do Cotovelo
E Rua do Arsenal.
Hoje tudo isso mudou,
A taberninha acabou,
Mas apareceram os
bifes.
Os cocheiros são
choferes,
Vigaristas,
souteneres,
E os casqueiros,
papo-secos.
Se os meninos
odaliscas,
Comessem um prato
d'iscas,
Daquelas bem
temperadas,
Morriam de
indigestão,
Não bebendo um
garrafão
D'água das Pedras
Salgadas.
José de Oliveira
Cosme
Sem comentários:
Enviar um comentário