«GRANDE FEMME ASSISE (ANNETTE ASSISE)» (1958), de ALBERTO GIACOMETTI
Olhos que te
aproximam, atenta,
Sentada ao longe. Não
és
Uma mulher parada,
nem
A complexidade do teu
silêncio
Chega a ser elisão,
Anette,
Possibilidade de um
riso
Vincado por formas em
transformação,
Permanente, sem fim.
Olhos,
Prefiguração de todo
o corpo;
Mãos fundidas no
regaço, móveis,
Cingindo o objecto do
cuidado;
Atenta. Não há uma
idade na tua
Rigidez, no tronco
firme; perturbação
Sim, a inquietude de
quem
Está mais perto, de
quem reserva
A distância para
permitir o zelo,
A espera sem
submissão. A ti
Regresso na
insatisfação, em ti
Me deixo recolher,
grande.
Rui Almeida
(Obrigado, Rui.)
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