Para ser verdadeiro, devo começar por dizer que a música do Pedro Barroso nunca me interessou. Contudo, acho-me ligado a ele por um par de memórias.
A primeira foi quando, estando eu na esplanada da Suíça, ele se sentou na mesa ao lado, meteu conversa, a propósito de uma pilha de discos de jazz que eu tinha comigo, e acabou a lamentar-se do que a Valentim de Carvalho lhe tinha feito: para promover, na montra, um disco seu, ele mandara fazer uma Torre de Belém embrulhada num pano translúcido e atada com cordas, simbolizando o que lhe desagradava no estado do país, e os funcionários da discoteca, não compreendendo a intenção, toca de desembrulharem o monumento.
A segunda memória tem que ver com o período em que mais ouvi as suas canções: trabalhava eu como copywriter e a Ana Gaspar, historiadora (mas que, ali, trabalhava como compositora gráfica), era fã do Pedro e, com alguma frequência, passava os seus discos, para amenizar o absurdo que aquele trabalho era.
Ambas as coisas se passaram há mais de 20 anos.
Ambas as coisas se passaram há mais de 20 anos.
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