quarta-feira, 16 de abril de 2025

(Thanks, Carlos.)
 


 


A propósito do falecimento de Vargas Llosa, a RTP voltou a emitir uma entrevista que a Ana Sousa Dias lhe fez há 22 anos. O homem era o exemplo acabado dum intelectual com ideias políticas perniciosas, em que a chamada e suposta "realidade" se sobrepunha à utopia; o esmagamento do sonho em prol do bem-estarzinho. Ideias, infelizmente, cada vez mais abundantes. 


 

MM: connecting people since 1969:

(Barbara Engelmann, Catia Torrini and Alberto Velho Nogueira, in Siena.)
 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Carlos Alberto Moniz · Fernando Tordo - O Dia do Mar (2022)

Dias de Melo



 


 

Algerian cakes


 (Thanks, Saïd.)


 

Lá vem a Nau Catrineta

Que tem muito que contar!

Ouvide agora, senhores,

Uma história de pasmar.

 

Passava mais de ano e dia

Que iam na volta do mar,

Já não tinham que comer,

Já não tinham que manjar.

 

Deitaram sola de molho

Para o outro dia jantar;

Mas a sola era tão rija,

Que a não puderam tragar.

 

Deitaram sortes à ventura

Qual se havia de matar;

Logo foi cair a sorte

No capitão general.

 

– “Sobe, sobe, marujinho,

Àquele mastro real,

Vê se vês terras de Espanha,

As praias de Portugal!”

 

– “Não vejo terras de Espanha,

Nem praias de Portugal;

Vejo sete espadas nuas

Que estão para te matar.”

 

– “Acima, acima, gageiro,

Acima ao tope real!

Olha se enxergas Espanha,

Areias de Portugal!”

 

– “Alvíssaras, capitão,

Meu capitão general!

Já vejo terras de Espanha,

Areias de Portugal!”

Mais enxergo três meninas,

Debaixo de um laranjal:

Uma sentada a coser,

Outra na roca a fiar,

A mais formosa de todas

Está no meio a chorar.”

 

– “Todas três são minhas filhas,

Oh! quem mas dera abraçar!

A mais formosa de todas

Contigo a hei-de casar.”

 

– “A vossa filha não quero,

Que vos custou a criar.”

 

– “Dar-te-ei tanto dinheiro

Que o não possas contar.”

 

– “Não quero o vosso dinheiro

Pois vos custou a ganhar.”

 

– “Dou-te o meu cavalo branco,

Que nunca houve outro igual.”

 

– “Guardai o vosso cavalo,

Que vos custou a ensinar.”

 

– “Dar-te-ei a Catrineta,

Para nela navegar.”

 

– “Não quero a Nau Catrineta,

Que a não sei governar.”

 

– “Que queres tu, meu gageiro,

Que alvíssaras te hei-de dar?”

 

– “Capitão, quero a tua alma,

Para comigo a levar!”

 

– “Renego de ti, demónio,

Que me estavas a tentar!

A minha alma é só de Deus;

O corpo dou eu ao mar.”

 

Tomou-o um anjo nos braços,

Não no deixou afogar.

Deu um estouro o demónio,

Acalmaram vento e mar;

 

E à noite a Nau Catrineta

Estava em terra a varar.

Poschiavo 50 (Harris Eisenstadt, Erik Friedlander, Sara Schoenbeck) - The Stone (2018)

sábado, 12 de abril de 2025

I love this record: Mark Feldman - Music For Violin Alone (1995)


Lex Barker



 

Jean-Joseph de Mondonville - Titon et l'Aurore (1753)


 



Poucos homens se apercebem de que a sua vida, a própria essência do seu carácter, as suas capacidades e as suas audácias são apenas a expressão da sua crença na segurança do seu ambiente.

Joseph Conrad

(Tradução: MM)

sexta-feira, 11 de abril de 2025


 


 

Curiosamente, um dos contos de Conrad que agora estou a traduzir figurava neste livro que estudei no Liceu Camões.
 

Hiroshi Suzuki & Masahiko Togashi Quintet - Variation: New Stream in Jazz (1969)